Nesta quarta-feira (12) é feriado nacional em comemoração ao dia de Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil. Tradicionalmente, neste dia diversos fiéis do Brasil vão à Aparecida (SP), para um evento religioso destinado a adoração da mãe de Jesus.
Contudo, em 2022 a mãe de Jesus teve que “disputar” atenção com outra figura nada religiosa. O presidente Jair Bolsonaro, candidato à reeleição, assumidamente católico, decidiu ir ao Santuário de Aparecida, carregando consigo diversos fiéis, transformando assim o evento religioso em palco político.
Antes da chegada do candidato a missa, o arcebispo de Aparecida, dom Orlando Brandes, afirmou que “é preciso vencer os dragões do ódio e da mentira”, citando ainda problemáticas do país como desemprego, fome e incredulidade.
“Não podemos julgar, mas precisamos ter uma identidade religiosa. Ou somos evangélico ou somos católicos. Precisamos ser fiéis à nossa identidade católica, mas, seja qual for a intenção, vai ser bem recebido, porque é o presidente do Brasil”, revelou o líder religioso.
Com a chegada do candidato houveram diversas vaias e aplausos e o padre Eduardo Ribeiro, que condizia no momento a cerimonia, pediu silêncio na basílica.
No lado de fora do templo, um apoiador de esquerda, que foi a missa vestido de vermelho, foi hostilizado por apoiadores do candidato.
OPINIÃO
É lamentável o quanto os políticos e alguns líderes religiosos não respeitam nem mesmo o sagrado. A Igreja Católica acertou em cheio em não misturar política com religião. Pediu respeito aos fiéis e reiterou em todos os momentos que o evento era para Nossa Senhora, não para candidato politico.
Do outro lado, quem tem errado feio são igrejas como a Assembleia de Deus AD Brás, que vai receber no altar da sede de Maceió, a esposa do candidato à presidência, Michele Bolsonaro, e a deputada Damares Alves para pedir votos ao candidato.
Vale lembrar que Damares se envolveu recentemente em polêmica num desses comícios feitos em igreja ao dizer ter descoberto que “crianças brasileiras, de três, quatro anos, que quando cruzam as fronteiras sequestradas, os seus dentinhos são arrancados, para elas não morderem no sexo oral” e que só “comem comida pastosa para o intestino ficar livre na hora do sexo anal”.
Por conta da denuncia até então sem provas, a policia e MP pediram ao governo Bolsonaro respostas sobre as alegações da ex-ministra Damares Alves sobre crimes na ilha de Marajó.