Cassino gaúcho encerrado de novo pelas autoridades

Um cassino local, situado em Porto Alegre, recebeu novamente ordem de encerramento por parte da Prefeitura local. A notícia é diferente das habituais notícias sobre encerramento de cassinos ilegais, como o caso que aconteceu na Zona Norte do Rio de Janeiro no final de agosto, porque esse estabelecimento não é o típico local misterioso e escondido da polícia. Trata-se de um estabelecimento bem reputado, com alvará para funcionar como restaurante e sala de eventos, e cujos donos vêm brigando com as autoridades sobre esse assunto dos jogos de azar.

De acordo com notícia do Zero Hora do passado dia 12 de setembro, e na sequência de acção do Ministério Público, as autoridades avançaram para o estabelecimento na madrugada de 11 de setembro e determinaram o fechamento do espaço.

Briga anterior

Já em dezembro de 2017 haviam sido apreendidas diversas máquinas de jogos, em especial de caça-níquel, que estavam em funcionamento nesse estabelecimento. Os proprietários alegavam que as máquinas não estavam em funcionamento, mas isso não impediu a ação da polícia.

Contudo, aparentemente a atividade ilícita continuou, o que levou as autoridades a tomar agora uma posição mais dura e a determinar o encerramento.

Postura desafiadora

A Winfil é certamente mais que restaurante e sala de eventos. Seus proprietários vêm desenvolvendo uma campanha no sentido de virem a instalar salas de cassinos no Rio Grande no Sul e por todo o Brasil, afirmando que estão esperando o momento em que a lei de proibição dos jogos de azar seja finalmente aprovada. Em meio a essa posição, a marca vem apresentando uma certa atitude de desafio perante as autoridades e a legislação atual.

Liberação dos jogos de azar: o que vai trazer o futuro?

Atualmente, e apesar da aventura da Winfil e dos esforços do Partido Progressista e outros no sentido de liberar a atividade dos cassinos e os jogos de azar em geral no Brasil, a proibição se mantém. Os brasileiros só podem jogar legalmente se o fizerem através da internet, no NetBet Cassino e em outras plataformas semelhantes.

Mas existem, na verdade, outros sinais que podem ter inspirado os empresários da Winfil (de origem francesa e, de acordo com o Zero Hora, com currículo suspeito) a se lançarem nesta aventura, sentindo que algo está quase a mudar em nosso país. Primeiro, a frequência com que o tema aparece na mídia e no debate político, por ação dos senadores mas também de vários “lobbies”, desde os empresários de cassinos até ao próprio setor do turismo que considera a liberação uma oportunidade de negócio. 

Depois, porque vários políticos conservadores estão dando sinais de abertura a uma liberação, o que esvaziaria totalmente a luta política. Nada menos que Marcelo Crivella (que vem dialogando com empresários de Las Vegas interessados em investir no Rio) e Jair Bolsonaro (o candidato falou que é contra os jogos de azar, “mas vamos ver qual é a melhor saída”). 

Finalmente, a força da opinião. O Paraná Pesquisas divulgou os resultados de uma enquete onde mostra que apenas 45% dos brasileiros são ainda favoráveis à continuação da proibição. A opinião está empatada (tem outros 45% pela liberação e 10% não respondem) mas não tem mais um consenso favorável à proibição.

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