Desemprego, diminuição da renda, descontrole financeiro e falta de educação financeira são algumas das razões para que milhares de brasileiros se tornem inadimplentes – ou seja, não conseguem honrar compromissos de pagamento por compras de bens de consumo ou serviços. De acordo com a Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Peic/CNC), 77,7% dos lares no país estavam endividados, com dívidas a vencer em abril – cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, crédito consignado, prestação de carro e de casa, empréstimo pessoal – , o maior nível desde o início da série histórica, em 2010. Há um ano, a proporção de endividados era de 67,5%, 10,2 pontos abaixo do percentual atual.
Uma das razões para este cenário? A pandemia e também o pouco traquejo da maioria das pessoas para ter uma rotina financeira saudável. “Em função da pandemia, o cenário econômico registrou retração, e levou muitas famílias à perda do poder de compra com um ou mais integrantes no rol de desempregados; houve diminuição na renda em função da redução de jornada de trabalho; e grande parte dos brasileiros não têm uma educação financeira básica, que é saber gastar/investir dentro do teto que ganha”, diz Cristiano Bernardino, especialista Financeiro do Banco Semear.
Para tirar a corda do pescoço e tentar organizar sua vida financeira até o fim do ano, Bernardino dá algumas dicas sobre como usar os sete próximos meses para tentar sair do vermelho e passar a virada de ano sem nome sujo na praça.
- Em primeiro lugar é muito importante saber quanto a família tem de renda disponível por mês, então coloque no papel;
- É importante também saber qual o valor de todos os gastos fixos e imprescindíveis para a família, como moradia (parcela do financiamento da casa própria ou aluguel), condomínio, IPTU, água, luz, internet; gastos com escola dos filhos; transporte; alimentação; saúde;
- Depois, anote todos os gastos variáveis e que podem ficar para depois, como gastos com hobbies, lazer; beleza; gastos extras de fim de semana, enfim, tudo detalhado;
- Feito isso, subtraia todos os custos fixos da renda e veja quanto sobra por mês para a família;
- Tenha também anotadas todas as dívidas, colocando o valor, para quem deve, o valor da taxa de juros, quanto já pagou e quanto ainda falta pagar.
“Sei que gastos com lazer, hobbies, beleza são itens importantes, mas este momento exige sacrifício. Então busque alternativas de lazer gratuitas como uma ida ao parque, brincadeiras ao ar livre e quando a situação financeira se regularizar esses itens podem retornar à rotina familiar. Sobre o plano para zerar as dívidas, ele vai no mesmo sentido. Identificando valores, juros e parcelas a serem saldadas, fica mais fácil priorizar o que pagar primeiro. Por isso sugiro a criação de um plano de pagamento das dívidas e a opção de sempre quitar primeiro as que cobram os juros mais altos”, argumenta o especialista do Semear.
Renegociação – Outra boa dica de Cristiano Bernardino é sobre a renegociação. Segundo ele, com a atual situação econômica no páis, que registra inflação crescente e inadimplência alta, muitas empresas estão abertas a renegociação para conseguir receber seus créditos, uma oportunidade e tanto para quem quer buscar alternativas. “Tente conseguir uma melhor forma de pagamento que se adapte ao seu orçamento mensal. Peça a redução dos juros e das multas cobradas pelo atraso, veja possibilidades de alongar o prazo para pagamento e solicite carência para pagamento, desta forma conseguirá um fôlego inicial para organizar as finanças”, ensina.
Avalie também a possibilidade de fazer a portabilidade da dívida para outra instituição que cobre menos juros e, sempre que possível, evite se endividar nos produtos que tem juros mais elevados, como, por exemplo, o rotativo do cartão de crédito. “Caso tenha dívidas nessas modalidades com juros muito altos, tente trocá-las por dívidas com juros menores, solicitando m empréstimo consignado, que tenha taxa de juros mais atraente. Tudo é possível quando a pessoa está disposta a criar seus próprios mecanismos e regras para poder dormir tranquila, sem essas preocupações gerando ansiedade e nervosismo diários”, conclui Bernardino.
Sobre o Banco SEMEAR
Fundado em 2006 e sediado em Belo Horizonte (MG), o Banco Semear é o único banco mineiro especialista no varejo de eletromóveis. Está presente em todo o território nacional e atende a mais de 2 milhões de clientes nas cinco regiões brasileiras, com destaque para as cidades do interior do país. A instituição se consolidou no atendimento ao varejista, por meio do financiamento das operações para que os consumidores, majoritariamente pertencentes às classes D e E, parcelem compras de móveis e eletrodomésticos em até 24 vezes. Ao longo dos anos, o Banco Semear ampliou a participação no mercado nacional, com expansão da carteira de produtos e serviços. Tornou-se, assim, um banco múltiplo, dinâmico e inovador, com foco também em inclusão e educação financeira.