O drama social e a violência policial são o mote do suspense psicológico “Um Crime em Comum”, que estreia nos cinemas nesta quinta, dia 14, e dia 28 de janeiro também estará disponível na Netflix. Com distribuição da Vitrine Filmes, a coprodução entre Argentina, Brasil e Suíça acaba de ganhar trailer e pôster oficiais. Dirigido pelo argentino Francisco Márquez, a trama gira em torno de Cecília (Elisa Carricajo), uma professora de Sociologia que conta com a ajuda da diarista Nebe (Mecha Martínez) para manter a rotina da casa e do filho pequeno.
Numa noite, Cecília é acordada por batidas na porta. Assustada, ela reconhece o filho da empregada através das cortinas e, com medo, não abre a porta para o jovem. No dia seguinte, ela descobre que o garoto foi assassinado pela polícia e começa a lidar com a culpa e a própria consciência num claro exemplo de cegueira seletiva, onde se evidencia a sua desconexão com a realidade social fora da bolha em que vive.
– Como intelectuais e artistas, voltamos nossos olhares para as camadas mais populares. Acreditamos que problematizar a situação é ajudar a torná-la visível. Mas o que aconteceria se essa dor tocasse a nossa campainha? Se ela nos questionasse diretamente? Se a realidade demandasse ações ao invés de palavras? E se algo nos forçasse a sair de nosso conforto e nos envolver diretamente? ‘Um crime em comum’ busca refletir sobre a questão. Acreditamos na necessidade de um cinema sensível a seu tempo e realidade. Um cinema político que coloca em xeque a sociedade de classes em que vivemos, buscando criar fissuras e estabelecer novos significados para o público – afirma o diretor Francisco Márquez.
Com produção da Pensar com Las Manos, em parceria com Multiverso Produções e Bord Cadre, “Um Crime em Comum” fez sua estreia em grande estilo durante o Festival de Berlim de 2020. O longa também foi exibido na Mostra de Cinema de São Paulo e nos festivais de Londres, Mal de Plata e Havana.
Confira o trailer:
SINOPSE
A professora Cecília, 37 anos, acorda de madrugada ao som de batidas na porta de sua casa. Alguém está tentando entrar à força. Ela vê que é Kevin (15), filho da faxineira que trabalha em sua casa. Ele está sangrando. Assustada, ela não abre a porta. No dia seguinte, ela descobre que o garoto foi assassinado pela polícia.
SOBRE O DIRETOR:
Francisco Márquez nasceu em Buenos Aires, Argentina, em 1981. Estudou cinema na Enerc (Escuela Nacional de Experimentación y Realización Cinematográfica), onde atualmente trabalha como professor. Estreou na direção com o documentário “Después de Sarmiento” (2015), que foi exibido em vários festivais pelo mundo, como o Rencontres de Toulouse. “La Larga Noche de Francisco Sanctis” (2016), sua primeira ficção, foi apresentada no 69º Festival de Cannes (mostra Un Certain Régard) e no 64º Festival de San Sebastián (mostra Horizontes Latinos). Ganhou o prêmio de melhor filme na mostra internacional do 19o BAFICI e o prêmio especial do Júri no 20o Festival de Cinema de Lima, além de outras dezenas de prêmios e participações em festivais.