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Em documentário exclusivo do PlayPlus, Roberto Cabrini revela bastidores e histórias inéditas de sua viagem ao Afeganistão

O documentário inédito “Missão Cabul – Por Trás das Câmeras” já está disponível no PlayPlus. Na produção, realizada exclusivamente para o streaming, o jornalista conta, em primeira pessoa, os bastidores de sua mais recente viagem ao Afeganistão, em setembro deste ano. Logo após a retirada das tropas dos Estados Unidos e o retorno do Talibã ao poder, ele se arriscou a entrar no país para produzir uma série de reportagens que foram ao ar na Record TV.

“Aqueles que se apaixonaram pela série “Missão Cabul”, exibida na Grande Reportagem, do Domingo Espetacular, terão a oportunidade de conhecer detalhes de seus bastidores e se reencontrar com personagens fascinantes que tive o privilégio e a responsabilidade de revelar nos desafiadores dias de Afeganistão”, explica Cabrini. Na entrevista, gravada exclusivamente para o documentário, ele ainda revela aspectos mais pessoais da jornada. “Toda minha família pediu para eu que não fosse”, confessa.

Cabrini afirma que o documentário, que também exibe trechos das reportagens, destaca sua preocupação em mostrar uma versão menos maniqueísta dos talibãs. “Um dos erros mais comuns que as pessoas cometem é julgar uma cultura diferente da sua por seus próprios princípios. É preciso estar aberto quando entramos em contato com a diversidade de outras civilizações”, diz ele.

Um dos jornalistas que mais conhecem a realidade afegã – esta foi a terceira cobertura de Cabrini no país: em 1996, acompanhou a primeira ascensão do Talibã, e depois, em 2009, a consolidação da presença americana na região – ele relata no documentário experiências que não foram ao ar na televisão. Em uma longa entrevista, gravada com uma câmera de alta resolução 5D, admite o medo de estar num lugar tão perigoso e revela situações de risco que vivenciou, como o momento em que foi ameaçado de morte por um talibã por não ser muçulmano.

Cabrini conta na produção encontros marcantes com pessoas que, mesmo conscientes dos riscos que corriam, optaram por não ter suas vozes caladas. Ele fala da jovem professora proibida de lecionar, da menina de apenas 12 anos que sonha em estudar, da mulher que vendeu uma das filhas para poder comprar remédios para outra que estava doente. E ainda traz detalhes os bastidores de uma das entrevistas mais importantes de sua carreira, duas horas com Enamullah Samangani, representante oficial do Talibã e um dos porta-vozes do novo governo.  

Gil Silva, repórter cinematográfico que esteve ao lado de Cabrini durante a viagem, também relata situações de pânico vividas no Afeganistão, além do temor de não conseguir voltar para casa. Cercados de restrições, a equipe levou dias para conseguir deixar o Afeganistão.  

As tentativas de retorno resultaram em um dos momentos mais marcantes da reportagem exibida na televisão, a noite que passou ao lado de talibãs, coincidentemente, dia de seu aniversário. Foram cerca de 8 horas de medo e, ao mesmo tempo, de descontração. De um lado, armas de guerra. Do outro, muita conversa e “sessões de fotos”. Essa ambiguidade permeia o documentário de ponta a ponta

“Missão Cabul – Por Trás das Câmeras” é um documentário forte, envolvente, com uma linguagem diferente da usada em televisão. A produção mostra a pobreza e a dificuldade do povo afegão. Os homens que andam com um míssil na mão e um Alcorão na outra. O pânico dos moradores. A ameaça às mulheres. O grupo extremista ISIS-K, inimigo do Talibã. Mas revela também a esperança. Um povo sofrido que ainda sonha em viver dias melhores. Nas palavras de Cabrini, “resistência é a palavra que mais chama a atenção em relação à cultura afegã”.   

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