Um estudo conduzido na Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), indica que o número de pessoas infectadas com o novo coronavírus (Covid-19) pode ser 10 vezes maior que estimado pelas autoridades. A pesquisa foi divulgada nesta sexta-feira (17/04), mas ainda precisa passar por revisão de outros pesquisadores.
O estudo testou amostras de 3.330 pessoas em Santa Clara, na Califórnia, e descobriu que o vírus pode ser de 50 a 85 vezes mais comum do que apontam as estatísticas oficiais.
Segundo os pesquisadores, mensurar quantas pessoas foram infectadas é o primeiro passo para relaxar as medidas de isolamento e distanciamento social – táticas adotadas para conter o avanço do novo coronavírus. Os cientistas acreditam que estudos em larga escala sobre a prevalência do vírus pode jogar papel central neste processo.
“Isso tem implicações para entendermos o quão longe estamos no curso da epidemia. Os números ajudam a entender os modelos epidemiológicos que têm sido usados na montagem das políticas públicas”, explica Eran Bendavid, professor associado de medicina da Universidade de Stanford, ao The Guardian.
A pesquisa é a primeira do tipo feita em larga escala, apontam os cientistas. O estudo foi conduzido por meio da identificação de anticorpos em indivíduos saudáveis, o que indicaria se ele já teria contraído o vírus ou se recuperado da Covid-19.
Durante o período da pesquisa, Santa Clara registrou 1.094 casos confirmados do novo coronavírus, resultando em 50 mortes.
No entanto, baseado no índice de pessoas que tem o anticorpo, entre 48 mil e 81 mil pacientes teria sido infectados – um número de 50 a 85 vezes maior.