É oficial! Salvador não terá festa de réveillon este ano. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (29), pelo prefeito Bruno Reis, durante a entrega de uma nova unidade de atendimento, no bairro de Castelo Branco. Há meses, ele dizia que iria decidir sobre a realização da festa apenas na data-limite.
O prefeito afirmou que mesmo com o avanço da vacinação, o cenário de incertezas provocado neste momento pela Covid-19 levou à conclusão de que não há como realizar o Festival da Virada este ano, um evento para mais de 250 mil pessoas/dia, com segurança sanitária aos cidadãos.
“No cenário de incertezas, de duvidas, não há como realizar o festival da virada esse ano, estamos a um mês da festa e chegamos ao limite dessa decisão. Como ela dependeria exclusivamente da prefeitura, a decisão está tomada. Nós não realizaremos a festa. Diante de tudo que estamos vendo, ainda não é o momento de colocarmos em risco tudo o que construímos até aqui”, disse.
Questionado sobre se haveria alguma programação para a virada de ano não passar em branco na capital baiana, o prefeito informou que ainda avalia as possibilidades. Durante a virada de 2019 para 2020, mesmo não tendo Festival Virada, houve queima de fogos em alguns pontos da cidade. Ainda não há confirmação se esse ano terá de novo.
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“Ainda vou ver o que é possível fazer. Em relação ao evento, não dava para tomar essa antecedência se não fosse com o mês, e hoje falta exatamente um mês. Outras ações dá para serem ativadas mais próximas. Não é uma decisão fácil porque a gente sabe da importância para a economia da cidade, mas a gente sempre colocou a vida em primeiro lugar. O momento exige cautela e prudência. Vamos ver se é possível fazer alguma coisa e o que é possível fazer”, disse. Segundo ele, tudo será feito para evitar aglomerações na cidade.
Indecisão sobre o Carnaval
Sobre o Carnaval, Bruno afirmou que a decisão depende de uma audiência com o governador, que só deve acontecer depois. “O governador disse que me procuraria, e eu disse que procuraria ele, e eu já fiz isso. Eu espero ter oportunidade para gente conversar e tomar a decisão em conjunto, que será tomada com toda cautela e segurança, diante de tudo que está acontecendo”, completou.
O prefeito ainda ressaltou que Salvador e a Bahia foram referências para o país durante toda a pandemia. “Colocamos sempre a vida em primeiro lugar, fizemos um esforço grande para chegarmos até aqui, tanto Salvador quanto a Bahia. A cidade serviu de referência com uma série de medidas que foram copiadas Brasil afora, seja de isolamento, seja de flexibilização e as estratégias que montamos para avançar na vacinação”, pontuou.
Bruno também falou que a chegada da nova variante vai pesar nas decisões daqui para frente. “Vamos ver o que os estudos vão falar sobre essa variante para gente ter uma margem de segurança”.
Impasse
O impasse sobre a realização do Réveillon e do Carnaval se arrastou por meses. Em agosto, a prefeitura chegou a anunciar que estava com uma grade de programação fechada, mas que só seria anunciada em data oportuna.
Mas com a incerteza da pandemia e da realização da festa, algumas atrações acabaram cancelando as suas participações na virada de ano em Salvador. No começo de novembro, o prefeito Bruno Reis também afirmou que estava difícil conseguir um patrocínio.
“A gente sempre teve uma política onde o privado assumia toda a despesa. É difícil a uma altura dessa buscar um patrocinador para um evento daqui a 45 dias até porque tem todo um trabalho de marketing que é importante e que justifica o patrocínio. Esse é um problema para o réveillon também, sendo que temos as condições sanitárias como o mais importante a ser considerado para a realização do evento”, explicou o prefeito no último dia 9.
Uma semana depois, Bruno afirmou que se o Festival ocorresse, seria com um menor número de dias. A última edição do Festival Virada Salvador, ocorrida na passagem de 2019 para 2020, reuniu 2 milhões de foliões durante os cinco dias de festa. No dia 31 de dezembro, a Arena Daniela Mercury, na Boca do Rio, recebeu cerca de 1 milhão de pessoas. O festival teve 49 apresentações artísticas e 70 horas de música.