TRT julga greve abusiva e manda trabalhadores voltarem ‘imediatamente’; assembleia decide pelo fim da paralisação

A greve de ônibus de São Paulo foi suspensa no final da tarde de hoje após a decisão do Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região, conforme informou o Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo) e o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo). A multa aplicada pelos movimentos de 14 e 29 de junho foi de R$ 100 mil.

A decisão da Seção de Dissídios Coletivos do TRT-2 teve maioria dos votos (9×1) dos magistrados. Além disso, o tribunal indeferiu “quaisquer reivindicações que dependam de negociação prévia, além de não ter sido concedida estabilidade no emprego aos trabalhadores, em razão da abusividade do movimento”.

“Vamos respeitar o que foi determinado pela Justiça, a gente vê que o trabalhador saiu com um ganho porque o tribunal concedeu 100% da hora. Vamos colocar agora a proposta pelo tribunal”, disse Valdevan Noventa, presidente em exercício do Sindmotoristas, em entrevista à TV Bandeirantes.

Durante o dia, houve uma escalada nas tensões entre o sindicato da categoria e a prefeitura da cidade, responsável pela gestão do transporte, depois que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) deu entrevistas à TV e rádio afirmando que paralisação “é uma atitude irresponsável e que suspeita que o sindicato tem agido em conluio com as empresas”.

Em resposta, o Sindmotoristas emitiu nota repudiando a posição do político e definindo sua declaração como “leviana, covarde, e infeliz”. A greve de hoje é a segunda em menos de um mês.